O estresse é uma resposta a situações de vida que, quando percebidas como aflitivas, podem gerar um desequilíbrio físico, mental e emocional. Segundo Hans Selye, um dos primeiros e mais importantes pesquisadores sobre o tema, o estresse é uma resposta inespecífica do corpo a algo que lhe seja solicitado. Com isto, pode-se dizer que os estressores podem ser coisas boas, como uma promoção no emprego, às quais se deve adaptar (estresse) ou coisas ruins, como a morte da pessoa amada, às quais também terá que se adaptar (distresse).
De acordo com a literatura sobre o assunto, existe uma grande variedade de agentes estressores! Alguns são ambientais (toxinas, calor, frio), alguns psicológicos (ameaças à autoestima, depressão), outros sociais (desemprego, morte da pessoa amada) e outros, ainda, são filosóficos (uso do tempo, finalidade da vida). Contudo, independentemente do tipo do estressor a reação do corpo será a mesma. As glândulas pituitária, tireóide, paratireoides e adrenal, bem como o hipotálamo e outras partes do cérebro serão ativadas e o corpo será alterado para responder com alguma ação, mas esta seria inadequada para a situação, então, acumula-se os resultados fisiológicos do estresse, resultando em doença quando a reação de estresse é crônica, prolongada ou não pode ser aliviada.
Segundo Lipp (2001), existem quatro fases do estresse: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão. Na fase do alerta, considerada a fase positiva do estresse, a pessoa se energiza com a produção da adrenalina, a sobrevivência é preservada e uma sensação de plenitude é frequentemente alcançada. Se o estresse continua por tempo indeterminado, a pessoa entra na fase de resistência, onde os sintomas iniciais desaparecem e por falta de estratégias para lidar com o estresse, o organismo gasta sua reserva de energia adaptativa, entrando na fase de quase-exaustão. Nesta fase, a pessoa está enfraquecida por não conseguir mais se adaptar ou resistir ao estressor e começam a surgir doenças. Entretanto, ela ainda consegue trabalhar e atuar na sociedade até certo ponto. Por fim, a fase de exaustão, na qual doenças sérias aparecem, a pessoa para de funcionar adequadamente e não consegue, muitas vezes, trabalhar ou se concentrar.
Vale ressaltar que o estresse não leva somente a consequências negativas, ele pode levar a consequências positivas, como o crescimento pessoal, sendo chamado de eustresse. O eustresse envolve uma mudança na vida da pessoa que ainda exige uma adaptação, porém produz crescimento e é bem-vinda. Por exemplo: apresentar-se perante um grupo de pessoas e preparar-se melhor por causa do estresse; da mesma forma, convidar alguém para um encontro romântico e ensaiar um modo melhor de fazer isso; ou ainda, a preocupação com uma nota boa resultar em mais estudo e maior aprendizagem.
Mas, como lidar com o estresse? Como administrá-lo?
Administrar o estresse é aprender o autocontrole e, para isto, é necessário um conjunto de ações: cuidar da alimentação, com o objetivo de repor os nutrientes perdidos nos períodos de estresse; buscar uma forma de relaxamento, com o intuito de reduzir a tensão mental e física do estresse; praticar uma atividade física, a qual ajuda a eliminar a prontidão gerada pelo estresse; fazer um acompanhamento psicológico, a fim de reestruturar aspectos emocionais, obtendo assim autoconhecimento e mudança no estilo estressante de pensar, sentir e agir e, por fim, fortalecer sua rede de apoio, tornando-se receptivo a comunicação com outras pessoas e a obtenção de apoio social delas. Neste sentido, se protegendo de possíveis consequências negativas do estresse por ter pessoas com as quais exista intimidade e com quem pode dividir suas alegrias, problemas, apreensões e amor.
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